Um
discípulo, de jovem aparência, queixou-se de angústia. O mestre, com as marcas
do tempo em sua pele, deu-lhe um copo d’água com uma colher de sal.
—
Beba — pediu gentilmente.
—
Está horrível! — Reclamou o rapaz.
Sorrindo,
o mestre o levou até um lago. Pedindo-lhe para que ali colocasse a mesma
quantidade de sal, sugeriu que ele bebesse novamente.
—
E agora?
—
Está leve... Quase não sinto o sal — intrigou-se o discípulo.
—
O sal é o sofrimento — o mestre explicou paciente. — O copo é sua mente. Amplie
seu mundo, e a dor parecerá menor.
Por
vezes somos confrontados por dores que, de certa forma, não podemos evitar. Afinal,
a dor é inerente ao desejo do ser humano. E ela nos serve à sobrevivência:
indica-nos um ferimento, uma infecção, a ideia de que algo não vai bem... A
questão, no entanto, é que por vezes lhe damos uma proporção maior. Ou, por
conta de nosso modo reduzido de contemplar a realidade, falta-nos a capacidade
de contemplá-la por uma perspectiva ampliada. Faltam-nos recursos que, se
disponíveis, talvez não a eliminariam, mas a tornariam mais suportável e
compreensível. É como alguém que se depara com uma prova de faculdade. Se
estudou, tem recursos, tem repertório e, ainda que esteja desconfortável,
confiará no próprio conhecimento e se empenhará nas respostas. Caso contrário,
se deixou passar e mal pegou nos livros e no caderno, seu desconforto apenas
aumentará a cada enunciado que ler, arrependendo-se pelo tempo que perdeu,
lamentando-se pelo conhecimento que não absorveu – seu repertório está
empobrecido.
Estimule-se.
Estimule sua vida. Estimule a sua mente! Amplie sua forma de encarar a
realidade e compreender a vida. Não para se tornar alguém com uma mente
extremamente fria e poderosa – isso não existe. Nem é indicado. Mas para
que, quando confrontado com as dores da vida, consiga contemplá-las a partir
daquilo que são. Isso não é desculpa para minimizar o sofrimento dos outros
– eles podem não ter a mesma oportunidade para enriquecer a própria mente. Ao
menos o tornará mais sábio e capaz de lidar com os próprios lamentos, ouvi-los
e, então, dissolver o sal para que seu sabor se torne mais agradável.
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
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