Seja por qual motivo for, por uma infância difícil
ou por uma adolescência complicada, ou mesmo por experiências nem um pouco
inspiradoras ao longo de todo o nosso percurso na vida, às vezes não
conseguimos reconhecer o nosso valor. E, assim, nos diminuímos. Até pior!
Permitimos que nos diminuam e passamos a acreditar na descrença, na dúvida e na
incerteza que lançam em nossa direção a respeito de nós mesmos. Às vezes, por uma autoestima abalada, ou
por uma autoimagem distorcida, submetemo-nos a situações desestimulantes,
humilhantes e até desumanas – situações que nos desrespeitam – por medo da
rejeição e do abandono, por medo de não sermos aceitos ou acolhidos. Mas
antes é necessário que nos aceitemos e nos acolhemos. Porque só assim, amantes de nós
mesmos, é que estaremos prontos para sermos amados por alguém.
“Você é como esse anel, uma joia valiosa e única. E
que só pode ser avaliada por um expert. Andamos pelo mercado da vida
pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem” (O anel do mestre, autor
desconhecido)
Nosso erro está em, ignorantes quanto à nossa
importância, permitirmos que qualquer um, mesmo os mais ignorantes que nós a
respeito de quem somos e do valor que possuímos, nos tenham em suas mãos. Eles
erram, logicamente. Não foram sensíveis o bastante para reconhecer a nossa
riqueza. Então o problema não está em
nós, mas nos olhos de quem não soube nos enxergar.
Mas como chegamos a tais pessoas? E como nos
submetemos a relações nas quais parece que somos impedidos de existir com
nossos desejos e necessidades?
É pelo medo de
sermos simplesmente esquecidos e deixados de escanteio. Porque em muitos casos, devido os percalços que
enfrentamos e as dores que vivenciamos, sentimos medo do desamparo. Sentimos
medo de não termos um lugar no qual nos abrigar. Sentimos medo de não ter um
coração no qual construir morada. E
qualquer lugar acaba servindo. Mesmo os mais inóspitos. Porque pensamos que
é o que merecemos ou o que somos capazes de conquistar. Incapazes de reconhecer
o nosso valor, a nossa importância e o nosso merecimento por sermos respeitados
em nossa condição humana, acabamos incapazes de filtrar o que nos faz bem e o
que nos deteriora. Insistimos no sofrimento. Permanecemos naquele lugar de dor.
Não temos coragem para nos mover tamanho é a descrença que cultivamos a
respeito de nossa existência.
Mas quando nossos olhos se abrem e passamos a
entender que não precisamos continuar na pele com a qual nos revestiram – ou
que fomos nos revestindo para nos proteger do mundo –, deixamos de aceitar
qualquer lugar. Entendemos que se não pudermos ser aceitos aqui, seremos
aceitos acolá. E se acolá não estiver disponível, algum lugar estará à nossa
espera. É quando reconhecemos a nossa
dignidade e o nosso direito por sermos apreciados em nossa humanidade que
deixamos os espaços que nos ferem e diminuem, deixamos de acreditar no olhar de
qualquer um e passamos a ser seletivos com quem nos terá em seu coração: amaremos a quem puder nos amar com a mesma
dignidade com a qual nos amamos.
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
~~~~~~~~
Salve
o blog no seu navegador e acompanhe novas reflexões sempre às terças e quintas,
a partir das 06h da manhã!
Saiba
mais:
Você
pode continuar acompanhando minhas reflexões:
-
Perfil no Instagram (@c.d.vida)
-
Página no Facebook (Coisas
da Vida)
-
Livros gratuitos (clique
aqui)
-
Ouça, ainda, o podcast Coisas da Vida no Spotify
-
E não deixe de conferir o canal Coisas da Vida no YouTube!
É sempre um prazer receber a sua atenção!
Comentários
Enviar um comentário