“O todo é maior
que a soma das partes”. Essa é uma
máxima dentro da Psicologia da Gestalt
que, dentre outras, é uma teoria que fornece embasamento à Gestalt-terapia, uma forma de olhar o ser humano é abordá-lo em
psicoterapia sobre a qual podemos conversar em outro momento. Aqui, o que nos
interessa é o significado dessa expressão que, a princípio, pode parecer
confusa ou difícil de compreender, mas que, após alguns instantes de
assimilação e entendimento, pode nos ajudar a encarar a vida por outros olhos,
com perspectivas novas que nos façam valorizar, apreciar e até mesmo agradecer
por cada parte que nos compõem.
Um exemplo bem simples – e até mesmo clichê – para
que possamos compreender essa verdade é a do bolo, uma totalidade que vai
para além dos ingredientes que o constroem. Isso porque não basta que
agrupemos a margarina, os ovos, a farinha de trigo, o fermento, o leite e o
açúcar. Não basta uma simples e limitada somatória dessas partes. Não teremos
um bolo. Teremos apenas um agrupamento, um ajuntamento, partes que não se
misturaram nem se integraram, partes que continuam aleatórias. O bolo, no
entanto, é muito mais do que a soma desses componentes. O bolo é uma
totalidade, é um todo que extrapola a soma de seus próprios ingredientes. Pois,
uma vez tendo o bolo terminado, já não dá para isolarmos a margarina, não
conseguimos mais ver os ovos, nem somos capazes de sentir o gosto do leite.
Tudo se juntou, se misturou, se ligou, se integrou. A soma das partes deu origem a um todo que é maior do que elas.
Na vida ocorre o mesmo. No entanto, por vezes temos dificuldade de integrar nossas partes ou
compreendê-las como importantes para a configuração que somos. Sem nossas partes não seríamos quem estamos
sendo, nem estaríamos na posição na qual chegamos. Sem aqueles percalços
difíceis o caminho não seria como o que conhecemos. Sem aquelas pessoas que nos
frustraram talvez não tivéssemos conhecido aquelas que nos amam profundamente. Sem os erros que cometemos talvez nunca
percebêssemos que aquela não era a vida que gostaríamos de viver. Sem as partes
que nos compõem não somos esse todo tão único e singular.
Infelizmente tentamos lutar contra essas partes. Às
vezes queremos apagar trechos de nossas histórias, ou então gostaríamos que
certas pessoas simplesmente deixassem de fazer parte do nosso caminho. Isso
porque não fomos capazes de integrar
e assimilar certas experiências. O
que não significa que precisaremos aceitá-las, acolhê-las, torná-las
permanentes em nossa existência. Claro que não. Significa, apenas, que ampliaremos nossa consciência sobre o que
aconteceu, como aconteceu, qual foi a nossa contribuição para o que aconteceu,
quais necessidades acabaram negligenciadas no processo e quais expectativas não
se realizaram como esperávamos. E assim, aceitando aquilo que foi, teremos
maior condição de fazer diferente com aquilo que será.
“O destino faz parte, inteiramente, da totalidade de
nossa vida. E nem o mais ínfimo aspecto do que diz respeito ao destino pode ser
arrancado dessa totalidade, sem destruir o todo, a configuração de nossa
existência” (Viktor Frankl)
Tentar apagar partes de nossa história é inútil, não
conseguimos. Conseguimos, no entanto, nos condenar por aquilo que rejeitamos,
que não aceitamos, que não conseguimos entender como pudemos permitir que
acontecesse. O que é um erro. Remover um capítulo de um livro pode tornar a
história incompreensível. O que poderia acontecer com as nossas vidas sem as
partes que as caracterizam? Nossas ações
geram reações. Não aceitar partes nossas pode nos impedir de viver a vida com a
plenitude que tanto procuramos.
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
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