Muitos dos nossos sofrimentos e muitas das nossas preocupações na vida poderiam ser evitados – ou até mesmo solucionados de forma mais tranquila – se tivéssemos consciência de que o nosso modo de pensar impacta diretamente em nossa forma de viver, em nossa maneira de contemplar o mundo, em nossa qualidade de vida. Já dizia um estoico que não são as situações que nos causam os desconfortos, mas a forma como os interpretamos, ou seja, o que pensamos deles. Olhe para a sua vida. Será que mudar um pensamento desastroso – por vezes fantasiosamente catastrófico – por um pensamento mais realista não diminuiria nossas ansiedades e angústias? Eu sei, não é tão fácil quanto parece. O exercício é constante. Contudo, extremamente necessário se quisermos uma vida mais leve.
Talvez não seja culpa nossa. Nossos ancestrais, para sobreviver, tinham que ter atenção redobrada sobre as ameaças que os cercavam para que não perdessem suas vidas precocemente. Estavam a todo momento procurando por perigos iminentes, atentos aos mais imperceptíveis. Pode ser que tenhamos herdado isso deles. Mas precisamos relaxar, respirar, tranquilizar-nos. Não estamos mais em uma selva repleta de feras. A vida mudou! Nossa forma de entender o mundo – nossas conexões neuronais – também pode mudar!
Já percebeu como é muito mais fácil pensar no pior? Esses dias, enquanto deslizava meus dedos pelas redes sociais, me deparei com um vídeo que achei muito interessante. Não conheço a moça que nele falava, então me perdoem pela falta de créditos. Mas ela sugeriu como é sedutor pensar no pior quando nosso jovem filho, em uma noite com os amigos, demora mais que o normal para chegar em casa. Tendemos a pensar que houve um sequestro, ou então um acidente. Mas nunca pensamos que talvez ele tenha se distraído com uma borboleta que, no meio da noite, pousou em seu ombro. Ou será que ele não poderia estar no meio de uma conversa rara e profunda com um amigo especial sobre os mistérios do Universo? Por que o sequestro é mais recorrente enquanto explicação do que as sutilezas pelas quais a vida também é composta?
Pensar no sequestro o angustiaria, enquanto que pensar na borboleta, ou na conversa profunda, acalmaria o seu coração. Está tudo em nosso modo de pensar!
Não é para jogar o jogo do contente. E eu bem sei que na vida coisas ruins também acontecem. Então não podemos ser imprudentes, ingênuos ou imaturos. Nada disso. Mas também não precisamos ser hipervigilantes, constantemente negativos, sempre pensando no pior. Coisa ruim atrai coisa ruim, já diziam os nossos avós. Pensamentos ruins atraem sentimentos ruins. Quer experimentar sentimentos melhores? Experimente cultivar pensamentos mais sadios!
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
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