Temos
muito medo de dar errado. Pode reparar. Muitos de nós estão sempre atentos e
vigilantes quanto aos passos em falso que podem dar. E, assim, vivem debaixo
de uma obsessão incessante pelo acerto, pela perfeição. Sobretudo numa
cultura na qual somos impelidos a fazer as melhores escolhas, seguir pelos
melhores caminhos, como se não tivéssemos a possibilidade de fazer um contorno
caso viremos na esquina errada. Quantos que, ao decidirem por determinadas
profissões, não tão bem aceitas em seus círculos pessoais, ouviram críticas e
questionamentos acerca da própria escolha? E quantos que, atendendo a tais
opiniões, desistiram do sonho de uma vida por medo de os outros estarem certos
e, assim, “fracassarem na vida”? Pelo medo de não serem suficientes? De não
despertarem a admiração naqueles que, no íntimo de seus corações, admiram e
respeitam? Fato é que o medo do erro pode nos fazer adotar uma vida que não
nos encanta nem pertence – tentando fugir disso, acabamos fracassando na
oportunidade de nos fazermos felizes.
O
medo do fracasso pode ser paralisante. Se uns optam por seguir os caminhos
determinados por acharem que, assim, estarão garantidos, outros decidem não
sair do lugar. Sentem-se insuficientes, incapazes, sem força e sabedoria
próprias para trilharem seu caminho. É como alguém que desejoso por escrever um
livro, dar vida àquela história que agita sua mente ou materializar aqueles
pensamentos que inquietam seu coração, nunca arrisca escrever a primeira
palavra, pois teme que sua “ousadia” termine em frustração. “E se ninguém
ler?”, questiona-se. “E se não gostarem?”, incomoda-se. Mas não
se dão conta de que não deveríamos viver nossas vidas, nem arriscar nossos
projetos, em nome de agradar ao mundo. O mundo é insatisfeito demais, de forma
que nunca poderemos agradá-lo. Precisamos viver por nós mesmos, afinal, senão
nós, quem viverá a nossa existência?
Só
que em torno de toda essa aversão ao fracasso, ninguém se atenta ao fato de que
o erro pode ser nutritivo, pode ser a oportunidade de uma vida. Fritz
Perls, um importante teórico dentro da Psicologia, certa vez escreveu, em um
dos seus livros que “erros não são pecados. Erros são formas de fazer algo
de maneira diferente, talvez criativamente nova”. Sendo assim, o erro
pode ser a chance de que precisamos para rever nossos passos, reavaliar nossas
escolhas e, quem sabe, desenvolver algo completamente original, apenas nosso,
saído de dentro de nós. Ademais, o erro, se acontecer, também representa
que saímos do lugar, não ficamos estagnados, de braços cruzados, idealizando
uma perfeição ilusória, que apenas retarda a concretização de nossos maiores
sonhos. Perls, sobre isso, sugeriu para que não nos aborrecêssemos pelos nossos
erros, mas que nos alegrássemos por eles, pois significa que “você teve
coragem de dar algo de si”.
Só
há uma maneira de ficarmos total e completamente isentos do fracasso, do erro:
estagnando, deixando de sonhar, desistindo de ir em busca da realização daquilo
que em nossa mente quer florescer – desistindo da vida.
E mesmo isso poderá soar como um erro lá na frente, quando os anos se passarem,
a vida, depois do seu apogeu, começar a declinar e, assim, nos confrontar com o
tempo que desperdiçamos. Talvez nos lamentemos, e nos arrependamos. Seremos
confrontados pelas oportunidades perdidas e perceberemos que, aqueles que tanto
nos criticaram, já nem ao nosso lado estavam. Será que vale a pena temer
tanto a ideia de fracassar? Pois, por tentarmos fugir dela, acabaremos com
ela nos encontrando: fracassamos na falta de ousadia para viver!
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
AMANHÃ: Na reflexão de amanhã, dando sequência à série Verdades Necessárias, conversaremos sobre a procura de um propósito às nossas vidas! Não se esqueça de que a série também está disponível no perfil no Instagram e na página no Facebook do blog Coisas da Vida! Eu espero por você!
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