Será
que a era dos grandes gênios ficou para trás? Dos grandes
autores? Dos admiráveis artistas? Daquelas mentes brilhantes que causavam
espanto, admiração, revolução e transformação? E digo isso porque parece que
temos carecido de pessoas que, com sagacidade, ousadia e inteligência, inspirem
reflexões e mudanças de paradigma. Pelo contrário. Parece que temos nos
fartado de pessoas que, com superficialidades e duvidosos posicionamentos,
causam apenas dissensões, enganos e influenciam as pessoas a caminhos
tortuosos. Não necessariamente num sentido moral. Mas na forma como levam
as próprias vidas e fazem suas escolhas – quantos que, sob a influência de tais
“seres pensantes”, acabaram endividados por conta de jogos traiçoeiros?
É por isso que surge em mim essa dúvida, a de que, talvez, estejamos órfãos de
verdadeiros sábios.
Mas
vejam só o paradoxo! Temos tantos recursos disponíveis às nossas mãos,
ferramentas que, se existissem em tempos mais remotos, teriam servido – e muito
– às importantes descobertas científicas que até hoje nos impactam. Qual tem
sido o nosso erro? Poderíamos usar tais meios para expandir nossa capacidade
de pensamento, nossa capacidade criativa! No entanto, ao contrário disso, temos
nos envenenado com conteúdos superficiais, muitas vezes rasos, até mesmo sem
sentido. Temos nos aprisionado a discursos vazios, disfarçados por palavras
bonitas, mas que não se materializam num conteúdo nutritivo e enriquecedor. Se
os gênios do passado ficavam horas trancafiados em bibliotecas na busca por
respostas às suas indagações, hoje nos enfadamos tristemente ao tentarmos nos
concentrar, por ao menos cinco minutos, numa leitura simples como essa. As
facilidades de nosso tempo têm nos tornado distraídos, preguiçosos e
vulneráveis. Vamos em busca de uma dopamina ilimitada, aquela, liberada por
vídeos engraçadinhos de gatinhos dançando...
Não
que seja um problema se distrair um pouco com vídeos divertidos.
A
questão é quando isso nos afasta de nossas vidas!
Só
que, refletindo e pesquisando, eu me dei conta de uma coisa. Não é que a era
dos grandes gênios tenha passado, de forma alguma. Temos, no meio de
nós, pessoas com ótimas produções, trabalhos incríveis e capacidades
impressionantes, mas que, infelizmente, nem sempre obtém o alcance que
merecem... Concedemos nosso tempo – e audiência – a sujeitos com falas
supérfluas, duvidosas e enganadoras, ao passo que poderíamos nos enriquecer com
a partilha daquele que, dotado de um admirável conhecimento, dispõe-se a
divulgá-lo. Não incentivamos nossos pensadores, desmerecemos nossos
cientistas e desmotivamos o estudo. Sinto muito, vamos pelo caminho errado,
afinal, pessoas que fazem dancinhas atraentes, e se limitam a isso, não sabem
operar um coração.
Não
que aqueles que arrancam risadas, a partir de um trabalho inteligente, não
tenham importância no lugar que ocupam. Muitos são o alívio daqueles que sofrem
com depressão, por exemplo. A questão é que, muitos dos que arrancam
risadas, o fazem ofendendo alguém ou expressando bobagens que causam vergonha e
zombam da nossa inteligência...
Por
outro lado, o que também precisa ser frisado, infelizmente o conhecimento
acaba elitizado. Tantos, com um vasto currículo, pecam ao não simplificar a
linguagem na hora de chamar a atenção para aquilo que sabem. Às vezes por
hábito, às vezes por vaidade, usam e abusam dos jargões, daqueles termos
técnicos que mais confundem do que explicam, mais afastam do que aproximam.
O que seria mais atrativo a um adolescente não tão motivado aos estudos?
Decorar imensas fórmulas químicas desenhadas na lousa de maneira apática, ou
ser ensinado a elas numa aula experimental, tendo a oportunidade de ver, bem
diante dos seus olhos, uma colorida reação acontecendo? Os tempos mudaram. A
vida está diferente. De maneira que precisamos ser criativos e ousados na luta
contra a ignorância e a desinformação, pois, aqueles que de certa forma leviana
levam os outros à enganação, precisam ser reconhecidos pela engenhosidade como
o fazem.
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
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