Eu era muito criança para entender, mas quando
cresci e amadureci pude, também, passar a compreender aquele programa
“Provocações” que passava na TV Cultura e era apresentado pelo Abujamra
(programa que hoje se chama Provoca e é apresentado pelo Marcelo Tas). As
entrevistas tinham uma aura de mistério e, a depender do entrevistado, uma aura de profunda filosofia, embora simples de se compreender. Porque é só agora, quando de vez em quando
coloco as edições do programa para assistir, que consigo entender o teor das
perguntas, o significado das respostas e o quanto um programa tão relativamente
simples de ser produzido se transforma em um verdadeiro pote de ouro àqueles
que estão em busca de diálogos genuínos e profundos. Dificilmente saímos de
uma edição da mesma forma como entramos.
E a parte mais icônica do programa, a que eu fico
aguardando ansioso para saber como o entrevistado se sairá, é aquela da famosa
pergunta “o que é a vida?”, sobretudo quando Abujamra, com seu olhar
presente ao mesmo tempo em que confrontador não se dava por satisfeito pelas
racionalizações e, feito um psicoterapeuta atento aos bloqueios de seu cliente,
insistia para que aquele diante de si respondesse com o coração e não com a
mente: respondesse com autenticidade.
Alguns respondem de forma graciosa e até me dou por convencido – é mais uma
forma de ver as coisas. Outros, confrontados por algo que nos está disponível a
todo o momento, mas sobre o qual pouco refletimos, respondem pautados no que
ouviram ou em palavras que parecem julgar como causadoras de algum efeito. Fato é que essa pergunta, simples de se
elaborar e, num primeiro momento, igualmente simples de se responder,
encaminha-nos a uma reflexão profunda e imprevisível. Porque cada um, a partir
da própria experiência, terá uma resposta. E
eu não sei se alguma estará certa.
Sei, no entanto, que quanto mais leio, mais acabo
influenciado pelo que tantos autores nos deixaram de riquezas. E uma dessas
riquezas me fez refletir sobre o tal programa Provocações. Porque a riqueza em
questão, uma frase singela, é por si só provocativa. Isso porque parece querer nos retirar da inércia e nos fazer assumir a responsabilidade
pela vida que temos. É uma frase que procura definir o que é a vida.
Abrindo, com isso, uma série de possibilidades.
“A vida não é algo; é a oportunidade para algo!”
(Hebbel)
Se a vida não é
algo, mas a oportunidade para algo, acredito que isso queira dizer que a vida é
o que fazemos dela. Portanto, já
não nos cabe discorrer sobre tantas e complexas definições sobre a vida que a
veriam como um objeto concreto, algo palpável, totalmente definido. Não. A vida
não é isso. A vida, como oportunidade, nos faz entender que ela não está
definida, muito menos delimitada. Nós é
que a limitamos por nossas tantas crenças por si sós limitantes. E
limitantes no sentido de limitar as possibilidades da nossa existência. Se a
vida é oportunidade para algo, podemos fazer dela o que quisermos. Afinal de
contas, o algo que quero construir é diferente do algo que você quer construir.
Não precisamos mais buscar por padrões ou respostas. As respostas estão dentro
de nós! Temos, assim, uma tarefa. Viver
é aproveitar a oportunidade para a realização de algo. Algo tão singular e
particular a cada um de nós.
“A vida parece não mais uma circunstância, mas uma
incumbência – ela é, em cada momento, tarefa” (Viktor Frankl)
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
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