Muitos possuem uma lista imensa de coisas em outras
pessoas que os incomodam. É uma lista a perder de vista. E queixam-se por não
entenderem como é que os outros não percebem que estão, aos seus olhos, tão
equivocados e errados. Não satisfeitos, querem que essas pessoas mudem. Esperam e exigem a mudança nos outros,
ignorando o fato de que somos absolutamente incapazes de mudar alguém.
Mesmo os psicólogos que, muitas vezes, são procurados como aqueles que farão
com que alguém se transforme magicamente. Não é assim que acontece. Para que
alguém mude, mesmo que ele possa contar com a ajuda de alguém em seu processo,
é necessário que nele haja o desejo por mudança. Como disse Sêneca: “é parte da cura o desejo de ser curado”.
Podemos, assim, adaptar que, é parte da
mudança o desejo de mudar.
Só que nessa de alguns esperarem tanto pela mudança
alheia acabam frustrados e decepcionados. Quanto mais esperam pela mudança no
outro, mais se decepcionam. O outro não
muda bastando nosso desejo. Isso porque o outro está em sua verdade e em seu
direito de ser como é. Suponha que você tenha um colega folgado no
trabalho. E ele sempre lhe delega obrigações que, na verdade, não são de sua
responsabilidade. Mas você aceita. Sempre aceita. E ele sempre folga em você.
Sua paciência está se esgotando e seu desejo passa a ser o de que ele mude,
entenda que tem tido um comportamento ruim e que mude. Mas você nada diz. Fica
apenas remoendo. E ele continua com o comportamento de folga enquanto você
continua em sofrimento. A situação muda quando, enfim, você abre mão de tentar
mudar o seu colega e muda a forma de lidar com ele. Passa a dizer não e a
colocar limites. O folgado, com você, deixa de ser folgado e, a menos que se dê
conta da sua tendência de ser folgado, folgará em outra pessoa que permita a
repetição do mesmo padrão.
“Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em
mudar a si próprio” (Liev Tolstoi)
Em que medida
vale à pena nos amargurarmos com o comportamento de alguém? Não mudaremos isso.
Porque não mudamos ninguém. Mudamos, apenas, a forma como nós lidamos com essas
questões. Podemos deixar de nos
irritar e nos exaurir por investir tanta energia no desejo para que mudem, se
transformem e passem a ser como achamos que deveriam ser. Podemos nos valer
muito mais de uma atitude autoconsciente: o que em mim posso fazer para lidar com
aquilo que no outro me desagrada? Isso pode significar aceitar o outro
como ele é, afinal, sem a sua companhia seria ruim demais. Ou também pode
significar que chegou a hora de me deslocar a outro lugar porque aquele no qual
estou se tornou obsoleto e sem sentido. A questão é que ninguém vai mudar só porque queremos. Assim como nós podemos ter
comportamentos que desagradam a alguém sem nem nos darmos conta. Será que
mudaríamos tão facilmente bastando que alguém nos pedisse? Por certo que não. Enquanto não tivermos consciência do que
fazemos, como fazemos e para qual propósito o fazemos, não conseguiremos mudar
nossas ações no mundo, nossa forma de nos relacionarmos com ele. É por isso
que não mudamos ninguém. Porque esse despertar é um processo pessoal,
particular, único, individual e singular. Cada um tem o seu. No seu tempo e a
partir da sua vontade. De maneira que não posso impor a esse processo a
ninguém. Mas posso adotá-lo a mim.
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
~~~~~~~~
Salve
o blog no seu navegador e acompanhe novas reflexões às terças, quartas e
quintas, a partir das 06h da manhã!
Conheça
alguns serviços:
Encomenda
de Textos Personalizados
Grupos
de Estudo e Rodas de Conversa
Você
pode continuar acompanhando minhas reflexões:
-
Perfil no Instagram (@c.d.vida)
-
Página no Facebook (Coisas
da Vida)
-
Livros gratuitos (clique
aqui)
-
Ouça, ainda, o podcast Coisas da Vida no Spotify
-
E não deixe de conferir o canal Coisas da Vida no YouTube!
É sempre um prazer receber a sua atenção!
Comentários
Enviar um comentário