A zona de
conforto é aquele lugar no qual nos sentimos seguros e protegidos. Isso porque ali tudo é sempre familiar, conhecido
e rotineiro. Sabemos exatamente como as coisas serão. Porque, na zona de
conforto, tudo é sempre repetitivo. São as mesmas pessoas, as mesmas conversas,
as mesmas falas e as mesmas ideias. São as mesmas opiniões, as mesmas atitudes,
os mesmos comportamentos e as mesmas experiências. É sempre tudo o mesmo. E isso passa a ser confortável porque não
precisamos mais encarar o desconhecido, correr risco ou abrir espaço para que o
estranho seja por nós assimilado e integrado. Nada é cobrado de nós. Nenhum
esforço. E, por consequência, nenhum desconforto se achega até nós. Por
isso que esse lugar é tão conhecido como “zona de conforto”.
Só que essa zona de conforto começa a se transformar
em uma caverna escura e fria. Em uma ilha isolada do mundo e de suas
possibilidades. Acontece que a novidade deixa de chegar até nós – ou nós
deixamos de ir até à novidade. E nossas possibilidades de existência vão sendo,
uma a uma, limitadas. As mesmas pessoas nos levam às mesmas conversas que nos
levam às mesmas conclusões. As mesmas experiências nos levam às mesmas
vivências que nos levam, também, aos mesmos resultados. Se o mundo é ruim,
continua sendo ruim e será sempre ruim. Se as pessoas são chatas, continuam
sendo chatas e serão sempre chatas. Se eu sou um fracassado, continuo sendo um
fracassado e serei sempre um fracassado. Isso
porque não há abertura para o diferente, para o novo, para uma ampliação de
nossas possibilidades existenciais. Pode ter alguém chato no seu convívio,
mas será que você se permite a conhecer outro tipo de pessoa? Você pode ter
fracassado em um projeto, mas será que se permite a novos projetos? No mundo
pode ter acontecido situações trágicas, mas será que você se permite trocar de
canal para assistir a um belo exemplo de solidariedade? Como quero ver uma paisagem nova
se fico sempre na mesma janela? Como as novidades da vida me surpreenderão se
eu me escondo delas?
A zona de
conforto se torna desconfortável quando a mesmice da vida nos leva a um tédio
melancólico. Nada parece fazer
sentido, tudo perde a cor e a vida passa a ser encarada como um vídeo que se
repete infinitamente. Não arrisco. Não saio da caverna. Fico preso lá dentro
assombrado pelas sombras de um mundo que nem conheço, sombras que poderiam ser
o resultado do toque da luz do sol sobre as mais belas e robustas árvores a
cuja beleza não me atento, não me permito, não me sensibilizo. Acorrentado na zona do desconforto, penso
que a vida é desconfortável, mas não percebo que sou eu, na minha limitada
posição, que alimento esse desconforto.
(Texto de Amilton Júnior – @c.d.vida)
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