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[Reflexão] Escolha, liberdade, responsabilidade

  Liberdade, escolha, responsabilidade . Eis os componentes do que podemos chamar de tripé existencial . Isso porque somos seres livres. Sartre já dizia que estamos condenados à liberdade. Mas o que é liberdade? Alguns pensam que é fazer o que se quer no momento em que se quer. O que é uma definição bastante sedutora. Imagine, só, ser livre para simplesmente acordar em um belo dia e decidir que a partir daquele momento não se irá nunca mais trabalhar! Não que não possamos ter essa liberdade de escolha. Podemos. Mas não é disso que a liberdade se trata. A liberdade está atrelada à nossa capacidade e ao nosso direito de escolher dentro das possibilidades que a nós se apresentam . Logo, em um sentido mais aprofundado, saindo do senso comum, liberdade não é algo banal ou corriqueiro como fazer o que se quer. Liberdade é fazer o que se pode fazer. Liberdade é escolher o que se pode escolher levando em consideração o campo no qual existimos, os recursos que possuímos, as limitações que e...
Mensagens recentes

[Reflexão] O todo é maior que a soma das partes

  “O todo é maior que a soma das partes” . Essa é uma máxima dentro da Psicologia da Gestalt que, dentre outras, é uma teoria que fornece embasamento à Gestalt-terapia , uma forma de olhar o ser humano é abordá-lo em psicoterapia sobre a qual podemos conversar em outro momento. Aqui, o que nos interessa é o significado dessa expressão que, a princípio, pode parecer confusa ou difícil de compreender, mas que, após alguns instantes de assimilação e entendimento, pode nos ajudar a encarar a vida por outros olhos, com perspectivas novas que nos façam valorizar, apreciar e até mesmo agradecer por cada parte que nos compõem.   Um exemplo bem simples – e até mesmo clichê – para que possamos compreender essa verdade é a do bolo , uma totalidade que vai para além dos ingredientes que o constroem . Isso porque não basta que agrupemos a margarina, os ovos, a farinha de trigo, o fermento, o leite e o açúcar. Não basta uma simples e limitada somatória dessas partes. Não teremos um bolo. T...

[Reflexão] Dissolva o sal

  Um discípulo, de jovem aparência, queixou-se de angústia. O mestre, com as marcas do tempo em sua pele, deu-lhe um copo d’água com uma colher de sal. — Beba — pediu gentilmente. — Está horrível! — Reclamou o rapaz. Sorrindo, o mestre o levou até um lago. Pedindo-lhe para que ali colocasse a mesma quantidade de sal, sugeriu que ele bebesse novamente. — E agora? — Está leve... Quase não sinto o sal — intrigou-se o discípulo. — O sal é o sofrimento — o mestre explicou paciente. — O copo é sua mente. Amplie seu mundo, e a dor parecerá menor.   Por vezes somos confrontados por dores que, de certa forma, não podemos evitar. Afinal, a dor é inerente ao desejo do ser humano. E ela nos serve à sobrevivência: indica-nos um ferimento, uma infecção, a ideia de que algo não vai bem... A questão, no entanto, é que por vezes lhe damos uma proporção maior. Ou, por conta de nosso modo reduzido de contemplar a realidade, falta-nos a capacidade de contemplá-la por uma perspectiva ampliada. F...

[Reflexão] O desejo de seu coração

  Às vezes nos pegamos sem saber o que dizer quando nos perguntam o que queremos para as nossas vidas ou como nos imaginamos daqui a cinco ou dez anos. Não que devamos ficar idealizando o futuro obcecadamente, pois isso gera ansiedade. Mas quando temos clareza de nossas necessidades e de nossas inclinações, essa resposta não fica tão difícil assim, isso porque temos alguma lucidez em relação aos caminhos que queremos seguir. No entanto, quando o autoconhecimento nos falta, ficamos sem uma clara resposta por nos encontramos desconectados de nossas verdades – nem mesmo sabemos quais são . Acostumados a caminhar pelos caminhos que trilharam a nós, ficamos confusos quando devemos esquadrinhar o nosso próprio destino.   “Alguns dizem que não sabem o que estão procurando na vida. Isso pode ser porque, em vez de se conectarem com os próprios sentimentos, levam a vida de acordo com as expectativas de outras pessoas. Viva a vida não para satisfazer os outros, mas para realizar o que se...

[Reflexão] A era da superficialidade

  Nesse comecinho do século 21, um século de repentinas, rápidas e profundas transformações não apenas tecnológicas e de produção, temos também vivido grandes mudanças na esfera social e no domínio individual: a sociedade está ganhando novos formatos e os indivíduos estão se ajustando aos novos comportamentos. Em suma, estamos na era da metamorfose! Não que em outros tempos a transformação não tenha acontecido. Seria um grotesco erro firmar tal afirmação. Caso contrário, caso a mudança fosse algo exclusivo de nossos tempos, não chegaríamos ao ponto no qual chegamos. No entanto, hoje a mudança está mais drástica: a cada minuto somos bombardeados por uma infinidade de informações que, em outros tempos, seriam impensáveis de serem acessadas na quantidade e na velocidade que hoje se apresentam. Parte dessa mudança se deve à popularização das redes sociais que nos levam de um vento ao outro em questão de segundos. Se antes, para mudarmos de opinião, precisávamos de algumas boas horas de...

[Psicologia] O indivíduo e seu contexto

  Por muito tempo as questões psicológicas foram tratadas exclusivamente como sendo um problema individual. Portanto, diante de um “ansioso”, as intervenções terapêuticas focalizavam em como ele desenvolvera seus sintomas, mantinha-os e poderia se livrar deles. No entanto, em muitos casos isso não era o bastante. Talvez o fosse por um tempo, quando o indivíduo aprendia a “se acalmar” respirando fundo, por exemplo. Mas a vida continuava. E os sintomas, apenas apaziguados, com tudo retornavam. Isso porque “apaziguar” não é o mesmo que “resolver”, apesar que “resolução” não costuma ser o termo mais adequado quando falamos em saúde mental. É leviano prometer uma cura total e um bem-estar inabalável. Isso porque a vida abarca uma amplitude de experiências que se alternam entre si num constante “morde e assopra”. É mais prudente oferecer a capacidade de, olhando para os próprios recursos, enfrentar as dores do existir.   A questão é que, individualizando as questões do sujeito, per...

[Reflexão] O seu valor

  Seja por qual motivo for, por uma infância difícil ou por uma adolescência complicada, ou mesmo por experiências nem um pouco inspiradoras ao longo de todo o nosso percurso na vida, às vezes não conseguimos reconhecer o nosso valor. E, assim, nos diminuímos. Até pior! Permitimos que nos diminuam e passamos a acreditar na descrença, na dúvida e na incerteza que lançam em nossa direção a respeito de nós mesmos. Às vezes, por uma autoestima abalada, ou por uma autoimagem distorcida, submetemo-nos a situações desestimulantes, humilhantes e até desumanas – situações que nos desrespeitam – por medo da rejeição e do abandono, por medo de não sermos aceitos ou acolhidos . Mas antes é necessário que nos aceitemos e nos acolhemos. Porque só assim, amantes de nós mesmos, é que estaremos prontos para sermos amados por alguém .   “Você é como esse anel, uma joia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Andamos pelo mercado da vida pretendendo que pessoas inexperientes n...