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[Reflexão] Toques sutis

 

Sutilezas

A tarefa não é buscar o amor, mas apenas procurar desfazer todas as barreiras dentro de si que você construiu contra ele” (Rumi)


Decidi iniciar a reflexão de hoje com essa frase porque ela é um ótimo ponto de partida para o que pretendo conversar com você nesse momento. Fato é que muitas vezes queremos um amor. E vivemos andando por aí tentando encontrá-lo, buscando-o incansáveis. Não me refiro apenas ao amor romântico, embora esteja incluído nessa nossa conversa. Mas quero me dirigir ao amor como um todo. Estamos sempre procurando-o em nossos pais, nossos filhos, nosso irmãos, nossos amigos, enfim, estamos sempre em busca do tesouro perdido.


E parece que nunca o encontramos. É verdade. Parece que quanto mais o procuramos, mais ele se esconde de nós, oculta-se, faz-se invisível e demonstra o quanto não quer ser encontrado. Até que passamos a desistir. E, amargurados, desconsolados, pensamos que ele não existe. Ou pior. Julgamos que não somos dignos desse sentimento tão nobre e precioso.


Mas também é verdade que nos sabotamos. Conscientemente, queremos encontrar o amor, e olhamos para as pessoas procurando nelas a realização desse querer. No entanto, de forma inconsciente, a gente se bloqueia para esse sentimento precioso, sim, no mesmo tanto que assustador. Temos medo do amor. Medo de amar. E medo de ser amado. Porque, em algum momento, fomos machucados.


E quem é que gosta de ser ferido? Deliberadamente? Contra a sua vontade? Ninguém gosta do desconforto ao qual não se dirigiu. Então construímos barreiras contra o amor embora o procuremos por aí. Mas não procuramos de verdade, livres de pressuposições, livres de exigências, livres daquela lista de itens intermináveis que precisam ser “ticados” pelo amor. Percebe? Pode ser que o procuremos. Mas colocamos tantos obstáculos que fica impossível encontrá-lo. Porque o amor que idealizamos, como sendo o salvador da nossa vida, é impossível de encontrar. O amor não salva ninguém. O amor serve para que salvemos a nós mesmos. Quem ama cuida. Quem ama protege. Quem ama salva.


Só que a si mesmo.


Procuramos o amor no mundo lá fora. E ignoramos o fato de que só podemos encontrar esse amor que tanto queremos no mundo aqui dentro. É dentro de nós onde habita o amor cobiçado. O amor redentor. O amor salvador. Porque quando nos amamos, nos cuidamos, nos protegemos, nos valorizamos, nos salvamos. E é somente quando conseguimos baixar a guarda e dedicar um pouco de amor à nossa própria pessoa que, enfim, conseguiremos nos permitir que as pessoas ao redor nos toquem sutilmente com o seu amor. Um amor diferente. Um amor que não condiz com idealizações. Um amor humano. Um amor que, somado ao nosso, permite-nos ver a beleza da vida.


Então antes de desacreditar no amor por não encontrá-lo, questione-se se não o está buscando nos lugares errados. Antes de permitir que nos amem, precisamos nos amar. Porque assim reconheceremos nossos limites, até onde podemos ir, e evitaremos feridas desnecessárias. Não que acabaremos blindados de quaisquer sofrimentos. Ao menos teremos a consciência de que não responsabilizamos o outro, seja quem for, pelo cuidado que apenas nós poderíamos conceder a nós mesmos.


Aceite seu próprio toque sutil em seu próprio coração!


(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)

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