Muitos conflitos surgem e perduram porque as pessoas
não sabem olhar umas às outras e contemplar umas às outras. Muitos se colocam diante de alguém como se
estivessem buscando nele o seu próprio reflexo. Querem ver reproduzidos os
seus pensamentos e as suas falas, querem encontrar eco em suas opiniões e em
seus conceitos. Não estão, de fato, disponíveis aos outros. Querem apenas ter a
certeza de que os outros são uma extensão de si mesmos. E quando constatam que isso não é a realidade, então tentam moldar e
tentam impor. Surgem, assim, os desacordos e as batalhas. Porque estamos
todos nesse movimento. Todos queremos contemplar no outro a nossa imagem e
perceber no outro a nossa semelhança.
“A sabedoria budista nos incita a ‘lavar os olhos’
sempre que vamos encontrar alguém. Lavar os olhos para não tingir o outro com
nossos preconceitos. Lavar os olhos para nos libertarmos dos preconceitos até a
respeito de nós mesmos. Lavar os olhos porque a realidade às vezes é difícil ou
doída de enxergar. Lavar os olhos para ver melhor as coisas bonitas” (Ana
Claudia Quintana Arantes)
Lavar os olhos
pode significar purificar a nossa mente e nos libertarmos de nossas tão
inflexíveis e rígidas opiniões sobre os outros, sobre o mundo, sobre a vida e
até sobre nós para, assim,
desenvolvermos pensamentos mais flexíveis e livres, capazes de nos fazer
enxergar a beleza que há ao nosso entorno quando deixamos de usar as lentes de
sempre. Ver o mundo sempre com o mesmo
olhar é um desperdício de existência. Há tanto para ser visto e descoberto. Há
tempo para ser apreciado e contemplado. Então
qual é o propósito de insistirmos nas mesmas posições e opiniões? Para
que nos reduzirmos tanto ao costumeiro e rotineiro? Se podemos crescer, porque
escolhemos a inanição e o marasmo?
Lavar os olhos é também um exercício de humildade. É
quando reconhecemos que estamos contaminados por tantos vieses e por tantas
determinações. É quando reconhecemos que precisamos nos prostrar ao outro a fim
de compreendê-lo como ele é. O que sabemos a respeito das pessoas? Talvez saibamos sobre nós, mas mesmo em
relação a nós cometemos equívocos. Sobre o outro cometemos muito mais!
Limpe os seus olhos. Purifique a sua mente. E abra o
seu coração. Você não vai precisar passar a viver a vida como a vivem se não
quiser. Ao menos não continuará naquela postura de equivocada arrogância
pensando saber tudo o que há para ser sabido. Há muito mais do que nossos olhos alcançam. Limpe-os. Quem sabe, assim,
os seus horizontes se ampliem...
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
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