A vida é bela.
E apesar de acreditar nessa declaração, também compreendo quando a acham
ingênua demais. Porque temos vivido dias caóticos, de guerra e desespero. Mas
na verdade as guerras sempre existiram e a crueldade de algumas pessoas sempre
se fez presente. Sempre. A diferença é que nos últimos tempos tudo
ganha uma proporção que antes não existia. Uma guerra que acontece do outro
lado do planeta nos é televisionada aqui no Brasil enquanto ocorre. Descobertas
realizadas por uma sonda espacial a infinitos quilômetros de nós é
compartilhada com todo o mundo em questão de segundos quando as informações
alcançam o nosso planeta. Então hoje tudo está exposto de forma mais direta e
aberta. A tudo temos acesso. Daí a sensação de que os tempos são difíceis. Mas os tempos não são difíceis ou fáceis. Os
tempos são os tempos. É isso. Os tempos são os tempos. Mas a vida é bela.
E é bela porque nela há frescores em meio às dores. Pode nascer uma flor em
meio ao lamaçal, porque a vida é bela. A vida não se resume à tragédia nem ao
caos. De forma alguma. Na vida há tragédias e há lágrimas. Nós mesmos choramos
algumas. Mas a vida é bela porque também nos dá motivos para sorrir feito um
bebê que gargalha. Os tempos talvez
estejam difíceis. Mas podem ficar fáceis. A vida é bela. Entende? A vida não
está bela. A vida é. A vida é bela.
“Uma família passeia em meio a folhas caídas no
outono. O pai pega o filho de 5 anos no colo e o menino o enche de beijos. A
mãe os observa com um sorriso. Se tirarmos um momento para olhar em volta,
veremos que estamos cercados de momentos adoráveis” (Haemin Sunim)
O problema é que não tiramos esses momentos e
ficamos focados em horas de bombardeio de informações trágicas que oprimem
nosso peito, dificultam nossa respiração e pesam o nosso humor. Mas basta uma pequena mudança de posição
para que contemplemos as demais facetas da vida. Ficamos focados nas
tragédias, nas mortes, nos roubos, nos crimes violentos, nas trapaças
traiçoeiras. E no ônibus, aprisionados em tantas angústias, não percebemos
quando uma criança pequena, segura em sua mente límpida, nos lança um sorriso
simpático. Ou deixamos de prestar atenção no senhorzinho paciente que, com
tanto zelo e cuidado, ajuda sua querida esposa, a mulher que amou por anos, a
subir vagarosamente os degraus da condução. Estamos tão dispersos pela feiura dos tempos que deixamos de contemplar
que em meio ao lamaçal há pequenas flores, porque a vida é bela.
E quanto mais atenção damos ao caos, menos atenção
damos à ordem. Quanto mais focamos no trágico, menos observamos o milagre. E as flores acabam pisoteadas. Esmagadas.
Totalmente ignoradas. Flores que poderiam nos embelezar e perfumar. Flores
que poderiam nos ajudar a enfeitar nossas vidas e torná-las atraentes. Flores
que poderiam nos inspirar a lutar por um mundo melhor, porque há pessoas pelas
quais vale a pena insistir. Lamentamos as guerras e vociferamos contra as
perversidades, mas nada falamos quando um jovenzinho vigoroso desce da
bicicleta para ajudar uma vovozinha corcunda a carregar suas sacolas.
A vida é bela. E seus olhos? São belos também?
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)
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