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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2025

[Reflexão] Eu me aceito

  Por muito tempo me vi criticando a mim mesmo. Procurando por defeitos. E me sacrificando em uma busca inconsequente por uma perfeição inexistente. Podem dizer que foram pelas experiências que tive. Afinal, nem sempre tive a sorte de ter pessoas saudáveis ao meu lado. E digo saudáveis porque quero evitar rótulos como “ruins”, “doentes” ou “más”. Digo saudáveis porque nem sempre tive a chance de estar por perto de pessoas que tivessem o mínimo necessário de conhecimento sobre suas limitações e intimidações, sobre seus atos e suas atitudes . E algumas delas me feriram. Talvez ainda firam. Com palavras, com olhares, com gestos. Já zombaram. E já riram. Já criticaram o meu jeito de existir. Então talvez digam que essas coisas contribuíram para a visão negativa que por vezes tive a meu respeito (e talvez ainda tenha, afinal, estou em processo de cura, ou de procura, como ouvi certa vez – procurando a mim mesmo). Ou talvez acrescentem que estejamos em um mundo que nos deprime a todo o m...

[Reflexão] E se...?

  A gente vai vivendo e vai aprendendo. E ao longo desse percurso a gente também vai amadurecendo . Já não nos preocupamos com coisas pequenas. E evitamos discussões por motivos tão bobos e injustificáveis. Olhamos para a situação e, ao invés de reagir a ela, ponderamos sobre o que aconteceu na busca pela melhor ação, na escolha da melhor decisão. É isso o que o tempo faz conosco. Ajuda-nos a entender que a vida é frágil demais para um ego que se supõe forte. Um ego tão frágil quanto a vida. Afinal de contas, na hora da morte, todos seremos colocados no mesmo ponto: o do fim, o do final, o da despedida . Então entendemos que não adianta perder tempo com aquilo que é superficial. O tempo nos ensina a valorizar o essencial. O tempo, quando somos mais novos, mais parece um inimigo por levar consigo muitos de nossos sonhos, muita da nossa juventude. Mas esse mesmo tempo, com o tempo, torna-se nosso amigo por nos tornar sábios .   Entretanto, é quando nos sentimos experientes e sab...

[Reflexão] Encerramentos

  “Um relacionamento excepcional não é o que tem um bom início, mas o que tem um bom desfecho. Os relacionamentos costumam começar por acaso, mas, quando se trata de terminá-los, normalmente temos escolhas. Escolha o desfecho com sabedoria” (Haemin Sunim)   Não acredito que entramos em nossos relacionamentos cogitando que terminem. Queremos construir algo que seja duradouro. Ao menos quando estamos convictos do que fazemos, quando somos genuínos em nossa entrega, quando não estamos preocupados em performar ou cumprir a “cartilha da vida”, mas interessados em desfrutar daquilo que é sentido pelo coração e compreendido pela alma... Quando é assim, entramos em uma relação vislumbrando que os anos se passarão, até mesmo findarão, mas aquilo que estamos construindo ecoará pela eternidade.   Pode parecer romântico. Talvez alguns vejam como certa ingenuidade. Só que, sinceramente, não acho que seja. É claro que percalços precisam ser encarados, obstáculos precisam ser vencidos,...

[Reflexão] A mensagem da dor

  As dores trazem mensagens . E é bem fácil compreender esse fato. Basta pensarmos naquela ardência que podemos sentir no dedinho do pé. Ela incomoda e ela clama por atenção. Até que a olhamos. Quando prestamos atenção identificamos ali algum corte. Ainda que pequeno. Corte este que, se não fosse pela dor, não veríamos. E, uma vez ignorado, ele poderia servir de entrada a bactérias perigosas. Bactérias que poderiam causar uma grave infecção. Infecção que poderia se alastrar ao restante de nosso corpo e resultar em consequências fatais. Consequências de um corte pequeno que poderiam ter sido evitadas se a dor fosse notada, acolhida em seu momento, um curativo fosse feito e os cuidados necessários fossem tomados.   “A dor que você sente é sua mensageira, escute-a com sabedoria” (Rumi)   Falei, no começo da reflexão, sobre uma dor física, no entanto, a mesma comparação pode servir às dores emocionais que nos afligem e perseguem. Isso porque muitos tentam ignorar seus desconf...

[Reflexão] Frustrar o mundo

  Às vezes a opressão se apresenta de maneira profunda e amarga. E ela nem sempre surge do mundo à nossa volta, daqueles que nos cercam, mas de nosso próprio mundo interno, partem de nós mesmos e de uma busca incansável por uma perfeição ou por uma superioridade que não existem. Mas também partem de um sentimento de inadequação e insuficiência. Somos humanos, mas parece que nos esquecemos dessa condição na qual nos encontramos e absorvemos todas as expectativas, todas as demandas, tudo aquilo que lançam em nossa direção . Queremos agradar. Queremos acolher. Queremos fazer a diferença. Queremos que nos aceitem a partir da aceitação que oferecemos. Queremos que nos vejam a partir de nossos incansáveis esforços para que nos notem. Atolamo-nos de deverias e assumimos culpas sobre as quais não temos nenhuma ínfima porcentagem de responsabilidade. E, assim, afastamo-nos de nós mesmos e de nossas necessidades. Querendo ocupar um lugar no mundo, deixamos de ocupar um lugar em nossa própria...

[Psicologia] Convite à reconstrução

  Na vida acontecem coisas que convocam que a elas respondamos. Respostas que, em muitos casos, servem à nossa sobrevivência – seja física, seja emocional. O que acontece, no entanto, é que muitas dessas respostas, conforme o tempo avança, perdem o seu valor, tornando-se obsoletas e desatualizadas. Não são atuais porque não correspondem aos recursos que agora possuímos, nem ao momento que aqui vivemos. Ao invés de servirem ao nosso crescimento, alimentam certa estagnação, por mais que pareçam adequadas. Surgem, então, diversos problemas – sejam relacionais, interpessoais ou mesmo individuais. É o nosso organismo nos convidando a olhar para dentro e reconhecer que, quem um dia precisamos ser, agora já não é mais necessário.   Para entendermos melhor, vamos pensar numa criança que cresce num ambiente cercado por pais autoritários, ou exigentes, que demonstram alguma espécie de afeto apenas a partir de obediência e sucesso . Temendo perder aquele amor, aquele pertencimento fam...

[Reflexão] Retrato na estante de alguém

  Se você já é grandinho então sabe que isso aqui vai acabar. Pois é. Eu sei que é chato e que nos sentimos desrespeitados, afinal de contas, não fomos consultados sobre a nossa vontade de aqui estar assim como não somos consultados quanto ao nosso desejo de daqui partir. Mas o fato é que um dia iremos embora, partiremos, chegaremos ao ponto final de nossas histórias . Uns compreendem isso rapidamente e, assim, passam a viver como ninguém viveria – de seu jeito único e singular. Outros, no entanto, parece que deixam essa verdade passar batida e, infelizmente, desperdiçam a sua estadia por aqui com medos bobos, escolhas equivocadas e pensamentos limitados. O que quero levantar com essa conversa é que hoje somos um fato, mas amanhã talvez sejamos memória .   “Um dia seremos apenas um retrato na estante de alguém. Depois, nem isso” (Telomar Florêncio)   O que também quero transmitir é que estamos condenados à finitude. E, além de um dia nos transformarmos em memória, chegará...